No ultimo jogo da 4ª Jornada do Campeonato Nacional de Futsal Feminino -Zona Norte, o Santa Luzia FC deslocou-se a Rio Tinto para defrontar o EDC Gondomar.
O jogo, muito disputado, não defraudou os presentes que encheram a bancada do Pavilhão.
A incerteza do resultado com o desenrolar da partida, deixou os adeptos das equipas em jogo à beira de um ataque de nervos, aliás, como costuma ocorrer num jogo de futsal.
É certo que a partida merecia mais golos para ambas as equipas e não é mentira que no Santa Luzia FC se pensa que se fez o necessário para trazer os três pontos, mas também se tem consciência do valor intrínseco do adversário e do trabalho que ele desenvolveu no jogo.
Importante mesmo é o crescimento do Santa Luzia FC , ainda que aquém do valor daquilo que pretendem, é facto que ninguém de boa fé pode escamotear.
"Uma deslocação a Gondomar para defrontar um adversário que em sua casa tem por hábito não facilitar a vida a ninguém; um jogo de elevado grau de dificuldade para a minha equipa; uma semana de intensa preparação para impormos a nossa identidade e uma preparação fantástica das minhas jogadoras para anular os pontos fortes do Gondomar = 1-1. Foi pouco para o nosso trabalho na quadra.
Conseguimos entrar bem na partida, não deixando o adversário implementar o seu jogo e, aos poucos, fomos dominando e controlando os pontos mais fortes do Gondomar.
Fruto desta nossa atitude, cedo chegamos ao golo, traduzindo e premiando a forma como abordamos o jogo.
A primeira parte não foi a nossa fase mais esclarecida no jogo, mas com o golo obtido obrigamos o adversário a reagir e a optar, como solução, por um jogo mais directo, que não faz parte do seu ADN. Tivemos mérito, concordarão comigo.
Penso que o jogo se foi tornando equilibrado até ao
final da primeira parte, sendo que o resultado ao intervalo é inteiramente justo, no meu ponto de vista. Premiou a forma como abordamos a partida.
A segunda parte começou com o golo do empate. Golo esse resultante da equipa de arbitragem nos ter penalizado com um livre, com o entendimento de que a nossa guarda-redes terá excedido os 4 segundos na reposição de bola. Bom, anti-jogo não queríamos fazer de certeza porque se por um lado a segunda parte se tinha iniciado à segundos e faltava muito jogo pela frente, por outro enquanto a bola está fora, o tempo de jogo está parado ...
Sabemos que os árbitros têm instruções para tornar o jogo o mais rápido possível, mas o bom senso não se estuda e os golos marcados e sofridos podem valer subidas e descidas de divisão ...
Não fosse por isso e talvez os golos interessassem pouco!
O jogo é de quem o pensa, de quem o prepara, de quem o joga!
Filosofando, por certo, sei que este desabafo é produzido num país onde a justiça é coisa das bancas da faculdade, dos calhamaços que fazem parte duma secretária de qualquer advogado, e não da vida terrena. Mas a esperança de que ainda viveremos num tempo onde ela se aplique, não deve deixar de nos nortear, mesmo que seja utópica, talvez.
A profissão de treinador é, porventura, das profissões onde menos se premeia o mérito puro e duro. É que há tantos factores que nós não controlamos que vão para além da bola que bate no poste e entra, ou da bola que bate no poste e sai, que nas unidades de treino que ministramos não as podemos treinar ... Uma delas é o bom senso. Registe-se.
Feito o empate, o jogo entrou num outro patamar. Tivemos de arriscar ainda mais, continuar a manter as nossas linhas bastante subidas, sabendo que num erro qualquer, o adversário poderia fazer uma das coisas que mais gosta: ganhar as costas.
Simplesmente nós fomos a Gondomar para ganhar, para jogar o jogo pelo jogo e não para nos preocuparmos em defender, defender. Não estamos neste campeonato nacional com outra postura que não seja a de jogar "olhos nos olhos" com todos os nossos adversários, mesmo que isso nesta primeira época nos traga um ou outro dissabor.
Crescemos arriscando, crescemos passando pelas dificuldades, crescemos confiando em quem trabalha connosco.
A partir do golo do empate o jogo partiu-se um pouco, criando-se inúmeras situações de finalização, algumas delas de cortar a respiração a qualquer treinador, conforme se poderá confirmar no vídeo resumo do jogo.
Com todo o respeito que tenho pelo adversário, pelo seu treinador (de quem sou um bom amigo), creio que a forma como abordamos o jogo; o número de situações de finalização evidentes que tivemos, mormente na segunda parte; a atitude pressionante com que audazmente nos apresentamos; só nos podemos queixar, mesmo, de nós próprios para não sair de Gondomar com outro resultado mais positivo.
Saímos deste jogo com a sensação de dever cumprido quanto ao cumprimento dos objectivos que traçamos no scouting, mas com a noção de que o vector finalização é um dos dois factores no qual teremos que depositar maior atenção, uma vez que já é o segundo jogo esta época em que o número de situações claras de golo, não traduz, de todo, o resultado final das partidas.
As vitórias fazem-se de golos e não de ranking de probabilidades de os obter, bem sei; mas sendo certo que se a minha equipa está a criar em cada jogo imensas situações de finalização, então o trabalho que toda a estrutura está a realizar está a fazer sentido. Não conseguimos, até agora, resolver os problemas todos, mas já conseguimos, todos juntos, resolver muitos deles.
No fim, talvez, quem errar menos (porque todos erramos) vai, certamente, obter os melhores resultados.
Siga caminhando.
Pelo Futsal Feminino!"
Oportunamente apresentaremos o video com os melhores momentos do jogo.
No sábado, 26 de Outubro de 2013, ás 16 horas, o Santa Luzia FC recebe os Restauradores Avintenses.
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