Diana
Robalinho, tu és uma renovação no actual plantel às ordens de Sérgio Carvalho.
O
Santa Luzia deseja-te as maiores felicidades nesta nova época. Toda a estrutura
espera de ti o mesmo empenho e comprometimento dispendidos na época passada.
Pelo teu empenho, a equipa técnica revalidou-te o convite para a próxima temporada.
Tens
passagens por clubes como a Novasemente e o Lourosa, mais recentemente. Vais
para a segunda temporada ao serviço do Santa Luzia. Já tens experiência
suficiente para fazeres um balanço do trabalho realizado na nossa instituição.
O que te começamos por perguntar é
como tu vês o crescimento da nossa equipa sénior feminina desde a tua chegada?
O
crescimento da nossa equipa foi notável em vários aspetos, desde do jogar
coletivo e tudo o que isso envolve (decisões da equipa técnica/direção) até ao
crescimento individual de cada atleta quer a nível técnico-tático como e,
principalmente, psicológico. Destaco o aspeto psicológico porque a intensidade
do campeonato nacional foi de tal forma nova para toda a gente que foi preciso
cada uma procurar, refletir e encontrar a sua motivação para fazer frente aos
acontecimentos. Diria que foi um crescimento saudável, e digo saudável pois
fez-nos passar por dificuldades e obstáculos de certa forma esperados, mas que
nos fizeram mais fortes, mais confiantes e determinados em seguir o caminho
traçado atingindo, deste modo, um dos objetivos propostos: a manutenção no
campeonato nacional feminino.
O crescente aumento de qualidade do
jogo dos adversários presentes no campeonato nacional de futsal feminino,
obriga todos os intervenientes a elevarem a fasquia da qualidade do seu
trabalho.
Na tua opinião, sendo tu, também, professora de educação física e treinadora de escalões de formação, como vês o trabalho realizado no Santa Luzia nesta exigente adaptação ao crescente aumento qualitativo do campeonato nacional?
O trabalho
realizado no Santa Luzia foi notório e falado de forma positiva por várias
pessoas que acompanharam o nosso percurso ao longo desta época, o que por si só
demonstra que ouve um trabalho cuidado e coerente por parte de toda a estrutura
do clube, mas fundamentalmente, por parte da equipa técnica. Isto porque não é
só ter uma ideia de jogo e coloca-la em prática, é preciso saber implementa-la
e fazer os reajustes necessários perante o grupo de jogadoras que temos à nossa
frente. Acima de tudo é preciso fazer com que todos acreditem nessa mesma ideia
de jogo e a vivam sem refutar. Contudo, para se ter sucesso em todos os
momentos é necessário adaptar o modelo de jogo consoante as caraterísticas do nosso
adversário. Para isso serve o chamado scouting.
Na minha opinião, não só no desporto enquanto treinador ou professor, como
também enquanto seres humanos, devemos ser capazes de analisar, refletir e adaptarmo-nos
às circunstâncias e ao contexto em causa. Portanto, penso que o Santa Luzia
soube acompanhar devidamente o aumento da qualidade dos adversários e por esse
motivo se manteve no campeonato nacional.
És uma jogadora que gostas muito de
pressionar a portadora da bola e que trabalhas com grande foco de concentração
nas tarefas que te são confiadas.
Achamos que concordarás com esta análise.
Achamos que concordarás com esta análise.
Pois o que queremos saber é como te vês/defines como jogadora. Quais são os
teus pontes fortes?
Não
gosto muito de falar de mim, mas enquanto jogadora diria que sou aquilo a que
chamamos de jogadora defensiva devido, em grande parte, às primeiras pisadas
que dei no futsal, isto é, focaram-se fundamentalmente no saber defender. E
hoje sou grata por isso, pois sei que um dos meus pontes fortes é o saber
roubar bola. Esperar o momento certo, colocar o corpo no ângulo certo e agir no
momento certo. Daí gostar de pressionar a portadora da bola, de preferência num
movimento coletivo, isto porque se no momento não consegui roubar bola, com
certeza dificultei o passe e consequentemente facilitei a recuperação da bola
por parte da minha colega e vice-versa. Para além disso considero-me uma
jogadora com alguma rapidez. Gosto do contra-ataque rápido, do jogar a “dois
toques” e saber aproveitar os momentos de superioridade numérica no jogo. A
nível psicológico penso que tenho a maior arma a meu favor: gostar de trabalhar.
Aprecio a disciplina, o rigor e estou sempre pronta para aprender, mas acima de
tudo adoro jogar futsal.
É certo que todas as atletas devem ver
no desempenho colectivo o grande suporte do seu sucesso individual (e não o
contrário). Sabemos bem que tu partilhas desta opinião.
Mas o sucesso individual potencia, fortemente, o sucesso colectivo.
Estão interligados, é uma verdade irrefutável.
Robalinho, muito honestamente, gostaríamos de saber quais são os objectivos, individuais, para a próxima temporada?
Muito
honestamente, os meus objetivos nesta época passam por me destacar ainda e cada
vez mais pelas minhas caraterísticas defensivas, isto é, ser a melhor na
defesa. Mas também pretendo arriscar mais nos momentos individuais ofensivos,
quer na finalização quer no drible. Sei que no fundo tenho capacidades para
isso, porém ficam por vezes reprimidas pela insegurança de falhar. E nesta
época pretendo continuar a colmar a falta de confiança que teima em aparecer. Resumindo,
quero evoluir a cada treino e a cada jogo tanto a nível desportivo como
pessoal, usufruindo de tudo o que o futsal me traz de positivo na vida e aproveitar
o menos bom para crescer.
E, por último e não menos importante,
quais são as tuas expectativas relativamente ao desempenho da nossa equipa –
Santa Luzia – no próximo campeonato?
Relativamente
ao próximo campeonato tenho grandes expectativas para a nossa equipa. Após um
ano de convivência, de troca de ideias e conhecimentos acredito que estamos
ainda mais fortes, mais confiantes e determinadas em seguir o tal caminho
traçado desde o primeiro dia. O entrosamento é algo crucial numa equipa, algo que
só se consegue com o passar do tempo, com os treinos e com o trabalho. De
facto, era algo que eu senti que nos faltava. Mas hoje quando treino já não
sinto isso, daí estar mais do que nunca motivada para a próxima época e
confiante que a nossa equipa irá fazer um grande campeonato e surpreender tudo
e todos.
O único passo entre o sonho e a
realidade é a atitude…"
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