Futsal Feminino:PORQUÊ O PARENTE POBRE?

Começo por dizer que sou um verdadeiro apaixonado do FUTSAL. O futsal faz parte integrante da minha vida, estando presente em momentos que jamais esquecerei.
O futsal no nosso Distrito denota um verdadeiro crescimento, por força de variados agentes desportivos que trabalham para essa realidade.
Aquilo que me deixa apreensivo e mesmo desiludido é o facto do FUTSAL FEMININO ser ainda visto como o parente pobre, o escalão de menor importância, aquele que é só para encher.
Que grande erro!!! Analisem os últimos anos de futsal feminino na nossa Associação. Crescimento de equipas participantes e consequentemente de atletas em competição, abismal aumento de qualidade dos campeonatos ( conforme comprova o presente com diferença de 3 pontos entre o 1º classificado e o 4º no final da primeira volta) e pavilhões praticamente cheios em jogos verdadeiramente frenéticos.
Se a estes factores juntarmos o facto de termos uma Seleção Nacional Feminina classificada em 3º lugar no último Mundialito bem como a atleta ANA AZEVEDO, eleita entre as cinco melhores do mundo, é fácil perceber o quanto estão errados aqueles que ainda teimam em dizer que "O FUTEBOL/FUTSAL É PARA HOMENS"!
Constatem o trabalho efectuado por todas as atletas semana a semana em treino, verifiquem os sacrifícios que muitas delas fazem para poder participar na nossa causa, o orgulho que têm quando se sentem parte integrante na família do FUTSAL e depois sim, façam uma avaliação correta daquilo que é o FUTSAL FEMININO, estando certo de que estarão presentes nos seus jogos e darão mais valor ao trabalho que, apesar de PARENTES POBRES, o FUTSAL FEMININO efectua em prol do desenvolvimento da modalidade em PORTUGAL.

( Texto da autoria de Miguel Passos, treinador do futsal feminino do Santa Luzia FC)